RUBIACEAE

Genipa americana L.

Como citar:

; Miguel d'Avila de Moraes. 2012. Genipa americana (RUBIACEAE). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

LC

EOO:

8.232.637,038 Km2

AOO:

1.168,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Detalhes:

Espécie não endêmica da flora brasileira; ocorre nos estados do Pará, Amazonas, Acre, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Bahia, Alagoas, Sergipe, Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná (Zappi, 2012).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2012
Avaliador:
Revisor: Miguel d'Avila de Moraes
Categoria: LC
Justificativa:

?Espécie de ampla distribuição no Brasil, apenas não ocorrendo de forma natural no Rio Grande do Sul. Tem potencial econômico uma vez que os frutos são utilizados na alimentação humana no preparo de doces. Ocorre nos principais domínios fitogeográficos do país, tendo sido encontrada com frequência na última década em diferentes estados.

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Espécie descrita em Syst. Nat., ed.10, 2: 931. 1759. Nome vulgar: "Genipapo" e "Genipapinho" (Zappi, 2007; 2012).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Sim
Detalhes: Utilizado na produção de produtos alimentícios (Naves et al., 1995).

População:

Flutuação extrema: Sim

Ecologia:

Biomas: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pantanal
Fitofisionomia: Ocorre em floresta fmbrófila densa, floresta ombrófila mista e floresta estacional decidual (Zappi et al., 2009).
Habitats: 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland, 1.7 Subtropical/Tropical Mangrove Vegetation Above High Tide Level, 1.8 Subtropical/Tropical Swamp, 1.9 Subtropical/Tropical Moist Montane, 3 Shrubland, 3.6 Subtropical/Tropical Moist, 3.7 Subtropical/Tropical High Altitude, 4 Grassland, 4.6 Subtropical/Tropical Seasonally Wet/Flooded Lowland, 1 Forest, 1.5 Subtropical/Tropical Dry, 3.5 Subtropical/Tropical Dry, 4.5 Subtropical/Tropical Dry Lowland
Detalhes: Caracteriza-se por arbustos a árvores de até 8m de altura; coletada com flores em Setembro e Outubro, com frutos até Março (Zappi, 2007); a dispersão dos frutos ocorre por meio de dois tipos de agentes dispersores: a água e os animais (Crestana et al., 1992).

Ameaças (5):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Agriculture
A degradação do solo e dos ecossistemas nativose a dispersão de espécies exóticas são as maiores e mais amplas ameaças àbiodiversidade. A partir de um manejo deficiente do solo, a erosão pode seralta: em plantios convencionais de soja, a perda da camada superficial do soloé, em média, de 25ton/ha/ano. Aproximadamente 45.000km2 do Cerrado correspondema áreas abandonadas, onde a erosão pode ser tão elevada quanto a perda de130ton/ha/ano. O amplo uso de gramíneas africanas para a formação de pastagens éprejudicial à biodiversidade, aos ciclos de queimadas e à capacidade produtivados ecossistemas. Para a formação das pastagens, os cerrados são inicialmentelimpos e queimados e, então, semeados com gramíneas africanas, como Andropogongayanus Kunth., Brachiaria brizantha (Hochst. ex. A. Rich) Stapf, B.decumbens Stapf, Hyparrhenia rufa (Nees) Stapf e Melinis minutiflora Beauv. (molassa oucapim-gordura). Metade das pastagens plantadas (cerca de 250.000km2 - uma áreaequivalente ao estado de São Paulo) está degradada e sustenta poucas cabeças degado em virtude da reduzida cobertura de plantas, invasão de espécies nãopalatáveis e cupinzeiros (Klink; Machado, 2005).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Vivemno entorno da Mata Atlântica aproximadamente 100 milhões de habitantes, osquais exercem enorme pressão sobre seus remanescentes, seja por seu espaço,seja pelos seus inúmeros recursos. Ainda que restem exíguos 7,3% de sua áreaoriginal, apresenta uma das maiores biodiversidades do planeta. A ameaça deextinção de algumas espécies ocorre porque existe pressão do extrativismopredatório sobre determinadas espécies de valor econômico e também porque existepressão sobre seus habitats, seja, entre outros motivos, pela especulaçãoimobiliária, seja pela centenária prática de transformar floresta em áreaagrícola (Simões; Lino, 2003).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Omodelo tradicional da ocupação da Amazônia tem levado a um aumentosignificativo do desmatamento na Amazônia legal, sendo este um fenômeno denatureza bastante complexa, que não pode ser atribuído a um único fator (Alencaret al., 2004). As questões mais urgentes em termos da conservação e uso dosrecursos naturais da Amazônia dizem respeito à perda em grande escala defunções críticas da Amazônia frente ao avanço do desmatamento ligado àspolíticas de desenvolvimento na região, tais como especulação de terra ao longodas estradas, crescimento das cidades, aumento dramático da pecuária bovina,exploração madeireira e agricultura familiar (mais recentemente a agriculturamecanizada), principalmente ligada ao cultivo da soja e algodão (Fearnside,2003, Alencar et al., 2004 e Laurance et al., 2004). Esse aumento dasatividades econômicas em larga escala sobre os recursos da Amazônia legalbrasileira tem aumentado drasticamente a taxa de desmatamento que, no períodode 2002 e 2003, foi de 23.750 km2, a segunda maior taxa já registrada nessaregião, superada somente pela marca histórica de 29.059 km2 desmatados em 1995(Inpe, 2004). A situação é tão crítica que, recentemente, o governo brasileirocriou um Grupo Interministerial a fim de combater o desmatamento e apontarsoluções de como minimizar seus efeitos na Amazônia legal (MMA, 2004) (Ferreiraet al., 2005).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
A Caatinga é uma das maiores e mais distintas regiõesbrasileiras. Ela compreende uma áreaaproximada de 800.000 km², representando 70% da região nordeste e 11% doterritório nacional. Utilizandosomente as informações do IBGE (1993), estimou-se que a cobertura poratividades agrícolas na região é de 201.786 km². Esta área modificada seestende por praticamente toda a Caatinga. Adicionando a área de impacto dasestradas à área estimada pelo IBGE e considerando a largura do impacto deantropização causado pelas estradas de 1 a 10km, estima-se que as áreasalteradas da caatinga variam de 223.100km² (30,38%) a 379.565 km² (51,68%).Independente da estimativa adotada, uma importante parcela da área da Caatingafoi bastante modificada pelas atividades humanas. Algumas dessas áreas,previamente ocupadas pela agricultura, possuem grande risco de desertificação,exigindo ações urgentes de restauração da vegetação original (Castelleti etal., 2003).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1.4.3 Agro-industry
Atualmentea base da economia da região do Pantanal é a criação extensiva de gado paracorte, uma vez que a agricultura é pouco recomendada, devido principalmente àsenchentes periódicas e aos solos pouco férteis. A atividade turística vem seexpandindo nos últimos anos, e mais recentemente, em alguns municípios da BAP,têm sido instalados alguns empreendimentos de mineração (IBGE, 1998). Em geral,a pecuária nessa região não apresenta tratos culturais específicos, ocasionandodegradação do solo, principalmente erosão e compactação, além de incêndios,queimadas e desmatamentos para estabelecimento de pastagens.Além disso, a fiscalização precária associada ao desconhecimento da legislaçãoe à falta de conscientização sobre a importância ambiental da região, permitemque atividades predatórias como a pesca e a caça clandestina sejam uma ameaça,exercendo grande pressão sobre a fauna, principalmente nos períodos reprodutivos. As atividades mineradoras, além de gerarem forte impactovisual, causam assoreamento e modificam a trajetória dos corpos dágua,contaminando as bacias com dejetos de diferentes origens e intensificandoprocessos erosivos, com conseqüente descaracterização da paisagem. Esse processo de colonizaçãoaliado à implantação de grandes projetos econômicos, como o gasoduto Brasil-Bolívia,vêm sistematicamente modificando a paisagem pantaneira. Aremoção da vegetação, principalmente nos planaltos onde se situam as nascentesdos rios que formam o Pantanal, tem acelerado a destruição dos habitats, sendoa principal causa do assoreamento dos rios na planície e da intensificação dasinundações (Harris et al., 2005).

Ações de conservação (1):

Ação Situação
1.2.1.3 Sub-national level
Espécie considerada Em Perigo (EN) pela Lista vermelha daflora do Paraná (SEMA/GTZ-PR, 1995).

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
Alimentício
​Espécie possui polpa de coloração parda, sucosa, sendo doce e mole, com sabor característico e muito pronunciado, muito utilizada na confecção de doces, geléias e licores (Naves et al., 1995).